"Maria Luiza", documentário dirigido por Marcelo Díaz com produção da Diazul de Cinema, será exibido no TranScreen, festival com temática transgênero que acontece entre os dias 30 de maio e 2 de junho em Amsterdã, na Holanda. A obra retrata o primeiro caso oficial de uma militar transexual das forças armadas brasileiras.
Maria Luiza nasceu em Ceres (GO) como José Carlos, mas nunca se reconheceu como uma figura masculina. Quando completou 18 anos, prestou o serviço militar e entrou para a FAB, onde trabalhou durante 22 anos como cabo. Enquanto servia na área de mecânica de aeronaves na Base Aérea de Brasília, revelou seu desejo pela mudança de sexo. Após muitas passagens por médicos e psicólogos da Aeronáutica, em 1998 recebeu o diagnóstico de transexual e, em 2000, o comando decidiu que ela deveria se aposentar com a metade do soldo que recebia na época. Então, pediu ajuda ao Ministério Público e deu início a um longo processo pelo reconhecimento de sua identidade como mulher trans. Em 2005, ela fez a cirurgia de transgenitalização e, em 2007, corrigiu gênero e nome nos documentos civis. Apenas um ano depois foi emitida sua nova identidade militar como Cabo Maria Luiza, fato até então inédito no país.
No Brasil, o longa foi exibido na última edição do Festival É Tudo Verdade e tem previsão de estreia no circuito comercial para o segundo semestre de 2019 pela Olhar Distribuição. Já no Festival holandês ele é parte do programa "Brasil em Foco" e sua exibição está confirmada para o dia 30 de maio. Primeiro longa-metragem de Díaz, o filme foi selecionado para o DOCMontevideo Meetings 2018, DOC SP 2018 e LAB DOC Impacto 2018.
O TranScreen é um festival feito por e para pessoas transgênero e seus apoiadores. Ele apresenta em sua programação uma gama de filmes de diversas cinematografias que debatem o gênero trans e outras questões que se cruzam com essa experiência, como identidade, raça, idade, nacionalidade ou tradição.
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